quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Gosto quando te calas (Pablo Neruda)

Gosto quando te calas porque estás como ausente,
e me ouves de longe, minha voz não te toca.
Parece que os olhos tivessem de ti voado
e parece que um beijo te fechara a boca.

Como todas as coisas estão cheias da minha alma
emerge das coisas, cheia da minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma,
e te pareces com a palavra melancolia.

Gosto de ti quando calas e estás como distante.
E estás como que te queixando, borboleta em arrulho.
E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança:
Deixa-me que me cale com o silêncio teu.

Deixa-me que te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão longínquo e singelo.

Gosto de ti quando calas porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se tivesses morrido.
Uma palavra então, um sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

^_^ '



E aqui está a segunda parte do tópico "Crianças fofas!" hehehehe

sábado, 18 de setembro de 2010

and i love you so



i will always be right here

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Chaves - Se Você É Jovem Ainda



hoho feliz aniversário (atrasado e futuro) procêis!
bjocas

quarta-feira, 28 de julho de 2010

sexta-feira, 11 de junho de 2010

...

"It's been a long year
Since you've been gone
I've been alone here
I've grown old"

segunda-feira, 7 de junho de 2010


Escrita por Charlie Kaufman e Jon Brion
Interpretada por Deanna Storey
Trilha sonora de Sinédoque, Nova York



"I love this song, because it discusses the monotony of life. The simple, trivial happenstances of human existence, feeling insignificant, and ultimately the loneliness of being human at one time or another.
And then, of course, making a human connection. "

domingo, 30 de maio de 2010

José
(Carlos Drummond de Andrade)

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Bia's mind!

"Às vezes você não se sente um cubo mágico em mãos gigantonas divinas? Que torcem você todo só pra ver o caos, com olhos faiscantes?"

segunda-feira, 29 de março de 2010

Lembra, corpo
(Konstantinos Kaváfis)

Corpo, lembra não só quanto foste amado,
não somente os leitos em que deitaste,
mas também aqueles desejos que por ti
brilhavam nos olhos claramente,
e que tremiam na voz – e que algum
obstáculo fortuito frustrou.
Agora que tudo já está no passado,
parece, quase, que àqueles desejos também
tu te entregaste – como eles brilhavam,
lembra, nos olhos que te contemplavam;
como tremiam na voz, por ti, lembra, corpo.

Daqui.

domingo, 28 de março de 2010

Tokyo Glow

Tokyo/Glow from Nathan Johnston on Vimeo.
ou assista por aqui, caso seu pc não seja lerdo como é o meu: Tokyo/Glow HD

terça-feira, 16 de março de 2010

Poema de terça-feira
(uma idéia original dos Cadernos da Bélgica... e encontrado lá)


Sensible Wege, por Reiner Kunze

Sensible
ist die erde über den quellen: kein baum darf
gefällt, keine wurzel
gerodet werden

Die quellen könnten
versiegen

Wie viele bäume werden
gefällt, wie viele wurzeln
gerodet

in uns


Caminhos Sensíveis, por Reiner Kunze

Sensível
é a terra por sobre as fontes: nenhuma árvore pode
ser derrubada, nenhuma raiz
arrancada

As fontes podiam
secar

Quantas árvores
derrubadas, quantas raízes
arrancadas

dentro de nós

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Uhm... Certa vez tive um grande amigo que queria escrever como as músicas que ele mais gostava no instante quando escrevia. Sinto falta desse cara. Sinto falta de todas as coisas perdidas.

Não sei se eu disse a ele, mas ele conseguia escrever como as músicas.

Fica aqui o recado jogado na imensidão... se por acaso você encontrar...


Hoje eu gostaria de escrever como essa música é levada: um tanto livre, um tanto melancólica, um tanto nostálgica, um pouco cômica...

Chico Buarque - Medo de amar (Vinícius de Moraes)



Vire essa folha do livro e se esqueça de mim
Finja que o amor acabou e se esqueça de mim
Você não compreendeu que o ciúme é um mal de raiz
E que ter medo de amar não faz ninguém feliz

Agora vá sua vida como você quer
Porém, não se surpreenda se uma outra mulher
Nascer em mim, como no deserto uma flor
E compreender que o ciúme é o perfume do amor